Relato: Carla Gaia, mãe adotiva
- Diário de Adoção
- 24 de jan. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de jan. de 2018
"Creio muito em Deus, e na hora falei para o meu marido: Se Deus não nos nos mandou filhos biológicos, é porque quer que sejamos pais pelo coração."
O relato abaixo foi enviado por Carla. O texto foi modificado para compreensão, porém segue fiel ao conteúdo disponibilizado. Todas as fotos foram cedidas por Carla e autorizadas para uso.

Acervo Pessoal: Fotos de Carla, seu marido e sua filha.
A história
Sempre quis ser mãe, mas ao mesmo tempo não queria ter uma "produção independente". Conheci meu marido aos 40 anos e, na época, ele não queria casar de novo, muito menos ter filhos (ele já tinha dois biológicos). O tempo foi passando e, após sete anos nos casamos e resolvemos ter filhos. Tentamos, porém eu não consegui engravidar, acredito que por conta da idade.
Meu marido queria que fizéssemos exames para tentar descobrir o motivo de não conseguirmos ter filhos biológicos, eu queria partir logo para adoção. Diferentemente do que a maioria das mulheres vive, eu não passei pelo sentimento de luto do ventre vazio. Creio muito em Deus, e na hora falei para o meu marido: Se Deus não nos nos mandou filhos biológicos, é porque quer que sejamos pais pelo coração. Ele ainda insistiu nos exames e eu propus um trato: daríamos entrada no processo e faríamos exames ao mesmo tempo, já que é tudo muito demorado, e assim foi.
O processo
Demos entrada no processo no dia 16/06/2016, nosso perfil inicial era para uma criança, de 0 a 6 anos, saudável, sexo e etnia indiferentes.
Mesmo após as reuniões obrigatórias, continuei frequentando grupos de Apoio e estudando, quando em janeiro de 2017, fizemos a entrevista com a equipe técnica e nosso perfil continuou o mesmo, só com a abertura para crianças com doenças tratáveis.
Marcaram para recebermos nossa habilitação em 27/03/2017. Uma semana antes, na busca ativa, apareceram duas meninas, irmãs, idades entre um e dois anos e expostas ao HIV. Quando o sininho tocou, eram 23:00, acordei meu marido e contei, ele embarcou no meu sonho. Depois, perguntei à equipe técnica como proceder e fui orientada a mudar nosso perfil no dia em que pegássemos a Habilitação.
A adoção
Logo no dia 27, mudamos nosso perfil e, no dia 29/03 nosso telefone tocou, para conhecermos nossa princesa. Helena tinha 15 dias de vida e havia sido exposta ao HIV, a conhecemos dia 31/03 e ali ela passou a ser nossa filha amada. Não me sinto mãe adotiva, apenas penso que ela nasceu de um tipo de parto diferente, pelo coração e, como ela veio muito bebê, não tivemos problemas na adaptação.
Helena fez acompanhamento pelo Hospital dos Servidores do Estado do RJ, fez três exames de sangue e, em nenhum acusou o HIV, sem contar que ela está desenvolvendo perfeitamente, até além da média. A médica dos Servidores optou por dar alta a ela do acompanhamento, então agora ela só volta com 1 ano e 6 meses para fazer o teste Elisa (teste para diagnóstico de HIV), somente por protocolo, já que as chances dela desenvolver a doença são praticamente nulas. Ainda estamos em processo de adoção e destituição do poder familiar, mas a maioria dos trâmites já foram cumpridos e só falta a visita da Assistente Social a nossa casa.
Carla Gaia, para o Diário de Adoção.
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