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Relato: Isabela Cerqueira, filha adotiva

  • Foto do escritor: Diário de Adoção
    Diário de Adoção
  • 14 de dez. de 2017
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de jan. de 2018

"Ela me salvou quando ninguém acreditava no meu potencial e depositou todas as forças possíveis pra me ver brilhando mundo a fora..."


O relato abaixo foi enviado por Isabela Cerqueiro, filha adotiva, via e-mail. O texto foi modificado para compreensão, porém segue fiel ao conteúdo enviado por ela. Nenhuma foto foi enviada junto com o conteúdo, para preservar a privacidade.

A adoção

Fui adotada em 1998, quando minha mãe biológica, natural de Aurelino Leal, me abandonou em uma lixeira por um dia. Por conta da pressão, ela me pegou de volta, mas não pretendia me criar, pois já tinha uma outra filha e passavam fome constantemente.

Aqui em Salvador, minha mãe adotiva soube da situação e disse que queria uma criança. Depois de muito, fui trazida para minha nova casa e, no mesmo dia, já tinha um quartinho todo pronto, que foi o primeiro motivo de endividamento da minha mãe.

Minha família adotiva ainda não sabia que eu viria a ser a mais nova integrante e, após passar algum tempo, minha mãe foi muito pressionada e resolveu contar a verdade. Obviamente, não fui bem recebida, mas o carinho e amor que minha mãe me deu desde o primeiro dia foi crucial e foi uma pequena amostra do que a nossa relação viria a ser.


O depois

O processo de adoção terminou apenas em 2007, com a mudança de nome para Isabela e, finalmente, a documentação usual em minhas mãos. Nesse meio tempo, é claro que existiram pormenores e muitas batalhas a serem enfrentadas, mas acho interessante ressaltar que depois de mim, minha mãe ainda adotou mais três meninas, além de dar suporte a outras seis crianças.


A relação

Minha mãe é a minha maior heroína. Ela fez e faz de tudo pra me ver bem, independente do caminho. A tolerância e o amor, que ultrapassa todos os nossos abismos, são o maior legado que ela vem deixando pra mim. Ela me salvou quando todo mundo achava incoerente adotar uma criança que nem se sabia a origem. Ela me salvou quando tirou do prato dela para me dar o que comer.

Ela me salvou quando trabalhava doze horas em um caixa só pra eu ter como ir pra escola de rico. Ela me salvou quando me aceitou com todas as minhas particularidades. Ela me salvou quando ninguém acreditava no meu potencial e depositou todas as forças possíveis pra me ver brilhando mundo a fora.

Ela me salvou e me salva em todos os sacrifícios que faz. Eu não poderia imaginar uma mãe diferente.


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