Relato: Julio Bastos, filho adotivo
- Diário de Adoção
- 19 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de jan. de 2018
"Desde que me entendo por gente, os chamavam de pai e mãe e, quando fiz cinco anos, meus pais adotivos entraram na justiça para pedir a guarda definitiva."
O relato abaixo foi enviado por Julio Bastos, filho adotivo, via Facebook. O texto foi modificado para compreensão, porém segue fiel ao conteúdo enviado por ela. Todas as fotos foram cedidas do próprio Acervo Pessoal e foram autorizadas para a publicação.

Acervo Pessoal: Julio e seu pai adotivo. Julio e sua mãe adotiva.
O antes
Minha mãe não podia engravidar, então após muito tentar, acabou adotando uma menina. Quatro anos depois, ela conseguiu engravidar, teve problemas a gestação toda, porém, conseguiu ter a filha. Novamente, três anos depois ela engravidou, de mim, a gestação inteira foi de risco. No dia do nascimento, o médico disse: Você ou ele. Aqui estou, não? Minha mãe escolheu que eu nascesse, dando sua vida por mim.
A adoção
Após meu nascimento, meu pai biológico não quis ficar comigo, nem com minha irmã de sangue, apenas com a minha irmã adotiva. Minha tia, irmã mais velha da minha mãe, nos adotou logo quando saímos do hospital. Ela e o seu marido nos criaram como se fôssemos os próprios filhos deles, e olha que eles já tinham outras quatro crianças.
Desde que me entendo por gente, os chamavam de pai e mãe e, quando fiz cinco anos, meus pais adotivos entraram na justiça para pedir a guarda definitiva. Antes de conceder a guarda, o juiz perguntou o porquê de eu não querer ficar com meu pai biológico e, aquela criança de apenas cinco anos respondeu: "Porque ele nunca me quis, nunca me amou, diferente dos meus pais verdadeiros". É por isso que eu sempre falo que pais são quem criam.
O depois
Infelizmente, um ano após sair a guarda definitiva, minha mãe adotiva faleceu e meu pai passou a cuidar de nós dois sozinho, sem a ajuda de ninguém. Quando fiz oito anos, ele casou-se com outra e a partir desse momento, começou um inferno na minha vida.
Eu conto essa história com humor, porque eu sofri tanto na vida e tento tirar o máximo de alegria ao falar dela, afinal, já passou e agora não tenho mais o que temer.
Julio Bastos, para o Diário de Adoção.
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