Relato: Márcia Suely Viana, mãe adotiva
- Diário de Adoção
- 25 de jan. de 2018
- 3 min de leitura
"A adoção saiu no mesmo dia, pois o convênio só aceitava a guarda definitiva. O caso era bem grave, mas ela precisava de amor, carinho, família e tratamento. "
O relato abaixo foi enviado por Márcia. O texto foi modificado para compreensão, porém segue fiel ao conteúdo disponibilizado. Todas as fotos foram cedidas por Márcia e autorizadas para uso.

Acervo Pessoal: Fotos de Vitória.
A história
No dia 24 de outubro de 2004 nascia uma menina com o nome Vitória. Lembro-me que nesse dia senti uma coisa diferente que vinha de dentro, uma alegria muito grande que só depois vim a entender o motivo. Era o maior presente que Deus preparou para mim, mas só fui conhecer esse presente algum tempo depois, no dia 12 de setembro do ano seguinte. Como uma luz que ilumina nossos caminhos, um céu cheio de estrelas, onde uma delas é especial, a mais iluminada, a mais forte. E essa estrela tinha nome de guerreira, uma lutadora, uma vencedora com o nome de Vitória, que se tornaria minha amada filha.
A adoção
Quando a adotamos, já estávamos na fila há mais de um ano e, mesmo assim, não éramos os primeiros da fila. Ela tinha alguns problemas de saúde: luxação congênita de quadril, estrabismo, uma hérnia enorme, bronco espasmo e já estava internada em um hospital público há quatro meses, pois o juiz não queria liberá-la, pois acreditava que nenhuma família iria querer adotar uma criança com tantos problemas de saúde. Foi então que a assistente social convenceu o juiz a liberá-la para adoção.
No momento que vi aquele bebê de 9 meses, que pesava menos de 6 kg, com a cabeça raspada e com o corpinho todo furado por conta do soro, num bercinho, não vi nenhum problema nela. Vi uma criança linda e que precisava de muito amor. Aí pronto, já sabia que ela era minha filha e não saí mais de perto dela.
A adoção saiu no mesmo dia, pois o convênio só aceitava a guarda definitiva. O caso era bem grave, mas ela precisava de amor, carinho, família e tratamento.
As dificuldades
Então, fomos para o Hospital São Luiz, no Morumbi. Ficamos internados com ela por 21 dias, nesse período ela operou da hérnia e estabilizou o problema respiratório. A sensação quando saímos do hospital foi a mesma de estar saindo da maternidade, pois era como se fosse um bebê recém nascido.
Foram várias internações por conta dos problemas respiratórios, mas que com o tempo foram melhorando até a cura total.
Vencemos uma grande batalha, que foi ver ela andar para que fosse independente. Foi com grande alegria que a vimos dar os primeiros passos para que possa ser uma pessoa com muito caráter e dignidade.
Atualmente
A minha filha não nasceu de mim, mas nasceu para eu amar intensamente, com um amor incondicional. Um amor que já existia, um sentimento forte. Somos gratos a Deus por Ele permitir que nos tornássemos pais da Vitória, que hoje já está com 12 anos, uma moça linda e inteligente.
Agora seguimos para uma nova etapa, a parte de alfabetização. Queremos ver a Vitória lendo e escrevendo, assim como andou. Sei que estamos bem próximos desse dia, pois Deus e seus anjos já nos colocaram no caminho certo e com muitas pessoas capacitadas escolhidas por Ele, assim como escolheu os médicos que a fizeram andar.
Tudo isso é para você e por você, Vitória. Amamos você, nossa filha querida.
Márcia Suely, para o Diário de Adoção.
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